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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

PF quer ação concreta contra saidinha de banco

O novo coordenador-geral de Controle de Segurança Privada da Polícia Federal, delegado Clyton Eustáquio Xavier, abriu uma agenda de diálogo com representantes dos bancários, vigilantes, bancos e empresas de vigilância e transporte de valores. Ele defendeu a proteção à vida e propôs entendimento em torno de medidas concretas para reduzir o crime da "saidinha de banco", que está apavorando trabalhadores e clientes.

Após duas horas de debates, na quinta-feira 25, em Brasília, bancos e as empresas de segurança ficaram de avaliar propostas de instalação de equipamentos de prevenção nas agências e postos de atendimento, como câmeras internas e externas com qualidade de imagens e monitoramento em tempo real, biombos entre a fila de espera e os caixas, divisórias entre os caixas eletrônicos e isenção de tarifas de transferência de recursos (TED, DOC, etc). Eles também ficaram de estudar o uso de arma não letal pelos vigilantes nos estabelecimentos.

Responsabilidade - "Esses equipamentos são muitos importantes para prevenir ações criminosas e garantir a privacidade e o sigilo das operações, especialmente os saques em dinheiro, evitando a observação de olheiros e impedindo que clientes sejam alvos e vítimas de assaltantes", afirma o secretário de imprensa e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr. "Esse crime inicia dentro das agências e postos de atendimento e, por isso, os bancos precisam fazer a sua parte, em vez de responsabilizar os clientes e a segurança pública", destaca.

A Fenaban concordou com os bancários e com a avaliação de um especialista em segurança de que "é uma ingenuidade" a proibição do uso do celular nos bancos. "Esse medida, apoiada pelos bancos e aprovada em alguns municípios sem o apoio dos bancários e vigilantes, não impede a visualização dos saques por olheiros e, por isso, é inócua e ainda viola o direito individual dos cidadãos que possuem celulares, hoje um bem essencial para a vida moderna", aponta Ademir.

Mortes - Bancários e representantes da Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) apresentaram dados da pesquisa nacional de mortes em assaltos envolvendo bancos, realizada com base em notícias da imprensa. Foram 28 assassinatos até o dia 24 de agosto deste ano em todo país, sendo 19 em "saidinha de banco".

"Não podemos dormir tranquilos. É urgente que medidas concretas e eficazes sejam adotadas pelos bancos e as polícias, a fim de prevenir novas ações criminosas e trazer segurança", destaca o secretário-geral da CNTV, João Soares.

Propostas - Bancários e vigilantes entregaram para a Polícia Federal um documento com propostas de combate à "saidinha de banco". Há medidas para estrutura de segurança, instalação de equipamentos e novos procedimentos para eliminar riscos.


Uma das propostas é a instalação obrigatória da porta giratória em todas as agências e postos de serviços, em todos os acessos destinados ao público, incluindo a sala de autoatendimento. Outra é o fim da triagem de clientes feita no acesso à parte interna de muitas agências e postos para fins de depósito em dinheiro e saques.

Avaliação - "Mesmo sem a definição de medidas concretas, a iniciativa foi positiva, pois mostramos as preocupações e as expectativas dos bancários e vigilantes, diante da insegurança e da "saidinha de banco", avalia Ademir. "Abrimos mais um espaço para a construção de soluções e vamos continuar batendo em todas as portas da sociedade para combater os problemas de insegurança", salienta.

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