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domingo, 9 de outubro de 2011

Segurança privada não é sinônimo de violência

O caso do vigilante Jonatas Pereira Lima que matou um correntista do Bradesco, na última segunda-feira (3), trouxe a tona a discussão sobre a qualificação dos profissionais de segurança. O ocorrido indica o quanto a falta de capacitação e o discernimento para usar armas de fogo representam risco à sociedade brasileira.

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Sistemas de Segurança Eletrônica, Cursos de Formação e Transportes de Valores do Distrito Federal (SINDESP/DF), Irenaldo Pereira Lima, o papel do vigilante é assegurar o patrimônio de uma empresa. O policiamento ostensivo deve ficar a cargo da Polícia Militar. “Para fazer um trabalho de qualidade, o profissional da área não deve discutir com o cliente, precisa saber abordá-lo - caso haja necessidade - e, principalmente, não pode usar da violência”, considera.

Segundo o presidente, para evitar contratar pessoas que possam ter atitudes destemperadas, é imprescindível escolher empresas habilitadas pela Polícia Federal. “Optar por profissionais que atuem de acordo com a lei é o primeiro passo para garantir que o serviço seja executado com responsabilidade e, claro, combater a clandestinidade”, argumenta.

Ele afirma que o ocorrido em São Bernardo do Campo (SP) demonstrou não apenas um despreparo técnico do vigilante, mas um desequilíbrio emocional. “É importante evitar generalizações. Alguns exemplos não podem servir de parâmetro para todo um setor que, só no DF, emprega mais de 17 mil vigilantes devidamente autorizados pela Polícia Federal para atuar no mercado”, considera.

Além das fiscalizações voltadas para o setor, é de responsabilidade das empresas prezar pelo bom rendimento e saúde mental dos seus funcionários, proporcionando assim não só ao contratante qualidade no serviço adquirido, mas uma boa qualidade de vida no trabalho. A cada 90 dias, as empresas devem prestar o atendimento psicológico aos seus vigilantes que serão criticamente avaliados. O contratante deve exigir da empresa o atestado psicológico.

Além disso, o presidente ressalta os cuidados que cada deve ter na hora de contratar uma empresa: é preciso certificar quanto à idoneidade da firma e, consequentemente, do vigilante que irá executar o serviço, incluindo a exigência da apresentação do atestado de atendimento psicológico. “As empresas, por exemplo, trabalham com profissionais devidamente treinados, cientes da importância de sua função e dos desdobramentos de seus próprios atos. Indico que, antes de assinar qualquer contrato, o cliente faça uma pesquisa, avalie a estrutura e o histórico da empresa. Se necessário, consulte a Polícia Federal para ter certeza de que a empresa tem autorização para atuar no mercado”, conclui Irenaldo.

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