O palestrante, professor e coordenador do Núcleo de Logística e Educação Corporativa do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Marco Meda, salienta que o principal objetivo da logística é entregar no prazo certo. “A logística agrega valor aos produtos, uma vez que é capaz de cumprir prazos exatos de entrega. Não é aceitável mais no mercado entregas atrasadas e também não é aceitável entregas adiantadas, com o objetivo de surpreender o cliente, pois a surpresa pode ocasionar problemas, uma vez que este talvez não esteja preparado para receber os produtos”, explica.
O professor universitário, com MBA em Logística e experiência de mais de 17 anos como executivo de Logística, Hélio Meirim, ressalta que, para cumprir prazos, é necessário escolher o modal adequado. O modal de transporte dependerá das características e valor de produto a ser transportado, da frequência e velocidade de entrega solicitada pelo cliente e de quanto o custo do frete impactará no resultado do negócio.
Ele salienta, contudo, que para a realização de uma entrega no destino final, temos vários fatores envolvidos, como, por exemplo: condições das estradas, acidentes que bloqueiam rodovias por horas, condições meteorológicas, barreiras fiscais etc. “No entanto, com o uso adequado de tecnologia, temos condições de nos antecipar a eventuais atrasos e com isso dar visibilidade ao cliente sobre o status de seu pedido”, aponta. Para Meirim, se consegue antecipar ao cliente, de forma clara, os motivos pelos quais sua entrega sofrerá atraso, pode-se em conjunto (empresa e cliente) enxergar soluções alternativas que minimizemos impactos negativos que este atraso poderia gerar.
Outra forma de minimizar os eventuais atrasos, aponta Meirim, é aproximar o produto do cliente. Isto pode ser realizado através do deslocamento de estoques estratégicos para locais mais próximos aos principais clientes. O uso de CDAs (Centros de Distribuição Avançados) ou a disponibilização do produto para o cliente em forma de consignação são modelos que vem sendo usados por algumas organizações. “Entretanto, tanto o modelo de CDAs como o de estoques em consignação exigem um planejamento de demanda mais apurado e uma análise de custos total mais detalhada, pois estes modelos poderão incorrer em aumento de custos logísticos”, pondera.
RODOVIAS - Os problemas das estradas brasileiras - velhos conhecidos -, assombram quem precisa delas para atender bem o cliente. Para minimizar esta questão, Meda diz que uma alternativa seria a multimodalidade, ou seja, a utilização de transportes por outros modais: hidroviário (rios, lagos e mares), aéreo, ferroviário e dutoviário (oleoduto, gasoduto). “O Brasil é um país que possui mais de 60% da sua malha de transportes focada no modal rodoviário, sobrecarregando o setor, as malhas viárias, bem como a necessidade de transportes apenas terrestres. A muldimodalidade fraciona o transporte terrestre e rodoviário para outros modais, equilibrando os custos gerais de transportes e buscando alternativas aos problemas das estradas brasileiras”, afirma.
Fonte: Exclusivo On-line
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