Nos últimos anos, o calendário da F1 tem tido cada vez mais corridas, e com etapas mais distantes da base das equipes, que ficam na Europa.
Nesta temporada são 19 provas e em 2012 este número subirá para 20, o que já era esperado para este ano antes do cancelamento do GP do Bahrein.
Com tantas viagens, o trabalho de logística das equipes se torna cada vez mais importante para que os equipamentos cheguem em segurança e no momento certo em cada autódromo, garantindo a tranquilidade de mecânicos e pilotos para trabalhar em cada final de semana de corrida.
Na equipe Lotus Renault, Geoff Simmonds é o Coordenador da equipe de corridas e responsável por esta área do time. “Eu tenho que fazer o planejamento para fazer a vida de todos mais fácil. Já estamos começando o planejamento do próximo ano. O calendário é muito importante, pois temos que ver os voos”, explica o inglês de 46 anos, que está na F1 há 13 anos.
“Mas, por mais planos que vocês faça, sempre acontecem problemas de última hora. Estamos sempre tentando deixar as coisas o mais fácil possível de superar estes problemas”, continua.
No GP da índia, por exemplo, ele ficou seis horas no aeroporto de Nova Déli tentando liberar duas caixas de equipamentos do time que ficaram presas na alfandega.
Segundo Simmonds, nestas novas corridas no calendário como Índia, Coreia, Abu Dhabi e outras, que entraram nos últimos anos, a maior dificuldade é justamente fazer com que os funcionários locais entendam a importância da rapidez em todos os processos da F1.
“O problema é que trabalhamos com pessoas que não estão acostumadas e não entendem a urgência das coisas. Então é um pouco mais estressante neste sentido”, comenta o inglês sobre os novos países visitados pela categoria.
Em cada etapa, são transportados 34 mil quilos de equipamentos pela equipe. Nas provas na Ásia, Oceania e Américas, este material vai de avião, na Europa, de caminhão.
“Eu chego uma semana antes para ver como é espaço e tudo. Os caminhões saem no domingo anterior ao da corrida. A primeira parte da equipe chega na segunda-feira à noite e começa o trabalho na terça-feira. Quando é uma corrida longe, a equipe voa no domingo à noite e chega um dia antes do normal.”
“Tudo está pronto no box na terça-feira e os mecânicos começam a trabalhar nos carros na quarta-feira”, diz o funcionário da Lotus Renault GP.
No domingo, logo pela manhã, o trabalho de desmontagem do material que não é utilizado na corrida já é iniciado. No final do dia, algumas horas depois da corrida, já está quase tudo pronto. Em meio a todo este trabalho, Geoff raramente acaba conseguindo ver a corrida, razão pela qual tudo isso é necessário.
“Às vezes vejo as primeiras e as últimas voltas, mas normalmente não tenho muito tempo de ver a corrida. A não ser que eu esteja fazendo algum trabalho em que eu fique na garagem ou no pitlane.”
Durante o ano, Simmonds fica 223 dias longe de casa, viajando o mundo, sendo um dos primeiros a chegar nos autódromos e um dos últimos a sair. Apesar de tantos lugares e novas experiências, ele comenta que quase nunca consegue realmente conhecer os lugares os que visita.
“Nunca temos tempo. É muito raro. Às vezes quando temos duas semanas entre as corridas e não voltamos, como aconteceu este ano entre Austrália e Malásia, que pudemos ficar um tempo em Brisbane, mas a maior parte do pessoal prefere voltar para casa e ver suas famílias.”
De qualquer forma ele afirma que gosta de seu trabalho, especialmente pela possibilidade de interagir com novas pessoas, em casa país que passa. “Sou muito sortudo. Existem momentos difíceis, em que você fica mais forte. Sou um privilegiado.”
Fonte: Lucas Santochi
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